SÍRIA

É completamente impossível assistirmos ao que se tem passado nos últimos dias no território mártir da Síria sem sentirmos um sentimento de revolta, por pequeno que seja, e de frustração, com todos os massacres e horrores que vão chegando ao nosso conhecimento através da comunicação social internacional. São imagens como há muito não víamos, que por instantes nos fazem recordar o que se passou no início dos anos 90 do século passado na Bósnia-Herzegovina, por ocasião do desmembramento da antiga Jugoslávia.
A Síria transformou-se, neste momento, num campo de batalha onde se cruzam e combatem diversificados interesses da mais variada natureza que, diretamente ou por intermédio de terceiros, devastam aquele martirizado território e dizimam aquela infeliz população.
Interesses nacionais e estrangeiros, de Estados, de organizações e de grupos armados e terroristas que estabelecem as mais improváveis coligações e nos fazem ter dificuldade, inclusivamente, em saber quem é quem, quem combate quem, e quem tem o apoio de quem – num jogo de xadrez altamente complexo, de difícil entendimento e perceção, do qual apenas sabemos com certeza o trágico resultado final. E esse é a dizimação de um povo, o genocídio de uma população ao longo de mais de sete anos de guerra, as centenas de milhar de vítimas que já ocorreram. Estes são os factos iniludíveis.
É no território sírio, aliás, que se vão ensaiando novos ordenamentos internacionais e que vão surgindo novos atores da cena internacional com aspirações a desempenharem papel de relevo nas suas regiões – a Turquia, membro da Aliança Atlântica mas cada vez menos europeia, e o Irão são apenas dois dos exemplos que podemos mencionar. A par, claro, da Rússia de Putin, sempre pronta a atuar onde lhe seja útil e conveniente, aliado indispensável do ditador Assad que não se exime a bombardear e a dizimar o seu próprio povo. É neste conflito do presente que se poderão estar a forjar as novas alianças e os novos ordenamentos do futuro.
Infelizmente, perante a sanguinolência do conflito, a comunidade internacional tem de se haver com duas omissões e com duas ausências de peso.
A União Europeia, que pese embora o conflito se trave nas suas próprias imediações, uma vez mais não consegue ir além de meras proclamações de circunstância, desprovidas de quaisquer efeitos práticos. Sem quaisquer meios que lhe permitam qualquer tipo de intervenção no terreno, tem uma vez mais de se circunscrever à posição de espetador interessado sem possibilidade de minimamente intervir no conflito.
Por outro lado, os Estados Unidos que, desde que entregues aos humores de um louco, deixaram de ter uma política externa credível, um rumo conhecido e um qualquer desígnio identificado. Mais do que nunca, quem quiser saber ou perceber a política externa dos Estados Unidos, outrora o farol do mundo livre e do ocidente dos valores, terá de analisar e acompanhar os tweets diários de Trump. É pouco, é muito pouco, para quem continua a deter a maior força dissuasora, no plano militar, de todo o globo.
E é nestas alturas, e perante estas tragédias impróprias do nosso século, que cada vez mais se faz sentir a falta de um verdadeiro direito humanitário de ingerência – que dê à comunidade internacional o direito de agir e de intervir em situações-limite, como aquelas com que estamos a ser confrontados.
Sob a égide da ONU – que, apesar de todas as suas insuficiências, continua a ser, para utilizarmos as palavras sábias do Professor Adriano Moreira, o único lugar do mundo onde todos se encontram com todos – reclama-se cada vez mais a criação de normas e regras que permitam uma intervenção, militar se necessário, em nome da defesa dos mais elementares e básicos direitos de populações sujeitas e submetidas a provações e barbaridades, como aquelas que presentemente ocorrem na martirizada Síria. É de um direito humanitário de ingerência que se trata e que se torna cada dia mais necessário e mais imperioso.
Tempos houve em que, mesmo sem terem sido para tanto mandatados por quem quer que fosse, os Estados Unidos chamaram a si esse papel e essa missão. Atribuíram-se, abusivamente, o papel e a missão de polícias do mundo. Mesmo sem mandato, cumpriam a missão e sabíamos ao que iam. Hoje, que se demitiram dessa tarefa, a comunidade internacional não se pode ver na contingência de ter de escolher entre a barbárie, as aspirações de Putin ou a emergência de pequenos ditadores que aspiram a ser regionalmente influentes.
É por isso que se torna imperioso, lentamente, ir criando e consolidando um direito (internacional) humanitário de ingerência que permita à comunidade internacional reagir contra a barbárie e a selvajaria, em nome de princípios e valores que são comuns a toda a humanidade. A humanidade não pode esperar e amanhã pode ser tarde.
João Pedro Dias, investigador em assuntos Europeus

Nações Unidas querem eleições livres e justas

defaultNa avaliação da Organização das Nações Unidas (ONU), não há impedimentos para as legislativas e as presidenciais, respetivamente, este ano e em 2019.
Em declarações à agência de notícias Lusa, neste domingo (25.02), o presidente da Configuração Guiné-Bissau da ONU para a Consolidação da Paz, Mauro Vieira, afirmou que as eleições legislativas e presidenciais na Guiné-Bissau podem e devem ser realizadas, respetivamente, neste ano e em 2019, conforme está previsto na Constituição guineense.
Segundo Mauro Vieira, a ONU está a "trabalhar dentro deste cenário e todos os dados, todas as indicações é que devem se realizar e poderão se realizar".
Ainda de acordo com o embaixador brasileiro, a realização das eleições dentro do contexto constitucional guineense é apoiada por todos os membros da Configuração da Guiné-Bissau, conforme manifestado em reunião no Conselho de Segurança da ONU, na semana passada, "assim como pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO)".
"O primeiro-ministro Artur Silva, que tomou posse recentemente e foi indicado pelo Presidente José Mário Vaz, já no momento da sua posse e depois voltou a referir, mais uma vez, a realização das eleições dentro do quadro previsto pela Constituição. Se o chefe de Governo faz uma declaração neste sentido, não temos razão para duvidar", argumentou.
"Solução para a crise deve ser guineense"
Apesar dos esforços para pôr fim ao impasse político em Bissau, o diplomata Mauro Vieira afirmou à Lusa que "a crise deve e tem de ser solucionada pelos guineenses". "Penso que a comunidade internacional deve apoiar, mas não impor nenhuma solução, porque seria, do meu ponto de vista e da política externa brasileira, intromissão de assuntos domésticos", acrescentou.

Vieira espera que o primeiro-ministro Artur Silva consiga forma um Governo e, assim, encontrar soluções para a crise. "É uma tentativa, mas evidentemente que estará nas mãos dos outros atores políticos e do presidente da República".

ONU não "endossa" sanções da CEDEAO
A crise política em Bissau arrasta-se desde 2015, quando o Governo liderado pelo primeiro-ministro Domingos Simões Pereira foi demitido pelo Presidente da República.
Devido ao impasse entre as lideranças políticas, a CEDEAO elaborou o Acordo de Conacri, em outubro de 2016, que previa a nomeação de um primeiro-ministro de consenso, facto que não ocorreu. Após a renúncia de Umaro Sissoco Embaló do cargo de primeiro-ministro, Artur Silva foi indicado em janeiro pelo Presidente, mas sem o consenso das outras forças políticas.
A CEDEAO, então, aplicou sanções a 19 personalidades guineenses, pela obstrução ao cumprimento do Acordo de Conacri, uma medida que o Conselho de Segurança da ONU reconheceu num comunicado emitido na semana passada, mas "não adota e não endossa".

"Um Jornalismo Revolucionário

Por: Presi Sana Cante

Foto de Braima Darame.
É surpreendente o rumo profissional que o jornalismo na Guiné-Bissau está a tomar graças aos jovens jornalistas, académicos e independentes, que revelam cada vez mais o comprometimento apenas com a causa nobre que os liga à profissão.

Se isso desse dinheiro? Aí se isso desse dinheiro, ou seja, se os jornalistas ganhassem pelo trabalho que representam através dos seus próprios órgão emissores, podem imaginar em que nível estariam?!
Dapi ki fadi... não conseguiram ser comprados, apesar das dificuldades que enfrentam nos seus trabalhos.
É impressionante a coragem que revelam na colocação das perguntas quando confrontados com os representantes dos órgãos do Estado... Sim, às vezes ou várias das vezes é insuficiente a forma como abordam esses representante, mas é inegável a crescente coragem e profissionalismo.
Observei com satisfação a última intrevista dirigida ao JOMAV, particularmente quando questionado sobre as sanções da CEDEAO pelo Jovem jornalista Braima Darame. Ao tentar fugir a questão (JoMav) retorquiu perguntando o próprio jornalista se o seu nome não consta da lista das sanções? Este, num raciocínio gigante e imediata respondeu-lhe que não mas o do seu filho (filho do JoMav) consta da lista... E a partir daqui, nem ele (Braima) e nem os seus colegas jornalistas deram tempo ao JoMav nas suas retóricas baratas com questões pertinentes e lógicas até que resolveu fugir deles (jornalista)...
Parabéns aos jornalistas jovens GUIGUIS!
Parabéns por terem conseguido fazer soltar mais asneiras do Presidente... O Povo agradece.
Parabéns por terem elevado o Vosso nível de coragem na colocação das questões... São referências da Vossa classe.
Parabéns por terem vencido a corrupção de intrevistas com perguntas combinadas...
Continuem a crescer mais na coragem, qualidade e persistência...
Persistência digo porque ainda acho que desistem muito rápido na colocação das questões quando dão por encerrada a intrevista... Um jornalista não desiste enquanto não for respondido a sua pergunta ou ser barrado pelos serviços da segurança.
Resistam...

UM FENÔMENO CHAMADO KLASH




Foto de Braima Darame.Klash novo ícone da música moderna guineense? 
Deixo a resposta para os especialistas da área. Certo é que o rapper ficou na fotografia como símbolo da revolução para a afirmação da nossa diversidade cultural, especialmente no panorama musical. 

Klash quebrou todas as barreiras e mesquinhez para impor o seu Sem Limites e mostrar que é possível realizar um sonho na base de trabalho com qualidade e bem pensado. A atual estrela da música guineense não será lembrado pela ousadia de chamar ao maior Estádio de Futebol do país, milhares e milhares de fãs, para um concerto meramente Hip-Hop, mas sim, Klash certamente ficará como um símbolo da persistência e inovação no mundo da música. Se até à data da realização do seu concerto, os músicos nacionais, por iniciativas próprias, faziam shows apenas no Lenox ou Hotéis, a partir de agora o jovem "Sem Limites" lançou um novo desafio aos colegas. Um desafio maior, de sonhar muito mais alto e andar com os próprios pés, ao invés de ficarem estáticos a criticar os promotores culturais pelas escolhas que fazem para eventos no estádio. Incansavelmente luta pela afirmação do rap guineense em todo mundo e começa a superar obstáculos em casa. 

O jovem licenciado na Rússia, apreendeu com os erros do percurso quando lançou o seu primeiro álbum. Antes de editar o segundo, Sem Limites, teve o cuidado de elaborar um projecto sobre o disco, que fez chegar a grandes empresas e individualidades com certo poder financeiro na nossa praça. O documento credível e bem concebido teve uma boa aceitação. Foi ao Estrangeiro apreender como se faz para superar o seu próprio Sem Limites com muita qualidade. Ou seja, o rapper fez um cuidadoso estudo de viabilidade para depois, atacar o álbum com letras que qualquer guineense se identifica rapidamente. 

Quando o disco chegou ao mercado, não precisou de promoção adicional. O resultado do trabalho é demonstrativo do facto, pois conquistou o pódio rapidamente. A maioria dos jovens memorizou todas as músicas nos seus telemóveis. 

Movido pelo título do disco “Sem Limites”, Klash lança-se para um concerto inédito no Estádio de 24 de Setembro. Muitos não acreditavam que seria possível assistir a um carnaval fora de época no estádio. Não há números oficiais dos fãs, mas a imprensa nacional fala em perto de 40 mil. Nunca na história dos concertos, um músico nacional da nova geração conseguiu lotar por completo o Estádio, até ao ponto de impossibilitar a circulação nas imediações. As forças de segurança foram manifestamente poucas para garantir a ordem. Foram simplesmente derrotadas por multidões. A organização do evento perdeu o controle da situação que acabou por descambar. 

Sem grandes condições de segurança, Klash decidiu fazer a festa com os irmãos guineenses. O evento teve convidados especiais que vieram da Angola, a Força Suprema. Foi incrível a moldura humana fora e dentro do estádio. Um 24 de Setembro completamente lotado, como se tratasse de um jogo decisivo da seleção nacional de futebol. Aliás, a imagem correu o mundo ao ponto de ser deturpada em Angola. 

Dias depois, nos bairros de Bissau só se falava do Klash, novo prodígio guineense. Atualmente, o músico, seguindo a sua própria agenda, encontra-se em Portugal a fim de divulgar o disco. 

Por essa via, provavelmente Klash será uma das principais referências da música da Guiné-Bissau. Uma estrela que vai brilhar para espalhar a magia de um povo que merece.

Respect, Klash B RG
Braima Darame
16.02.2018

DECLARAÇÃO DE IMPRENSA DO CONSELHO DE SEGURANÇA SOBRE A SITUAÇÃO NA GUINÉ-BISSAU

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Os membros do Conselho de Segurança foram informados, em 14 de fevereiro de 2018, pelo Representante Especial do Secretário-Geral e Chefe do Escritório Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS), Modibo Ibrahim Touré e pelo Embaixador Mauro Vieira, Representante Permanente do Brasil às Nações Unidas, na qualidade de presidente da configuração da Guiné Bissau da Comissão de Consolidação da Paz, sobre a Situação na Guiné-Bissau.


Os membros do Conselho de Segurança expressaram sua profunda preocupação com a crise política e institucional em curso na Guiné-Bissau, devido à falta de disposição dos atores políticos para alcançar uma solução consensual e sustentável. Eles pediram às partes interessadas da Guiné-Bissau que implementem plenamente o Acordo de Conakry sem demora. Denunciaram as ações tomadas por aqueles que procuram prevenir e obstruir a resolução da crise. Solicitaram a realização das eleições legislativas e presidenciais, respectivamente, em 2018 e 2019, que são livres, justas, credíveis e transparentes, inclusive através da participação plena das mulheres.

Os membros do Conselho de Segurança apoiaram os esforços da CEDEAO para garantir uma resolução rápida da crise e tomaram nota da sua decisão de 4 de fevereiro de 2018 de impor sanções contra as que obstruem a implementação do Acordo Conakry, o único quadro consensual para encontrar uma duração solução para esta crise, cujo pré-requisito continua a ser a nomeação de um primeiro ministro de consenso e de um governo inclusivo. Eles manifestaram a sua intenção de continuar a acompanhar a actual crise política e manifestaram a sua disponibilidade para tomar as medidas necessárias para responder ao novo agravamento da situação na Guiné-Bissau.

Os membros do Conselho de Segurança elogiaram o trabalho da missão de segurança da CEDEAO na Guiné-Bissau (ECOMIB) no reforço da estabilidade na Guiné-Bissau e tomou nota da decisão da Autoridade da CEDEAO de prorrogar o seu mandato até 31 de Março de 2018 na sua sessão extraordinária em 27 de janeiro de 2018 em Addis Abeba, na Etiópia.

Os membros do Conselho de Segurança elogiaram as Instituições de Defesa e Segurança da Guiné-Bissau por sua posição de não interferência no Processo Político, assegurando seu papel constitucional. Eles acreditam que a reforma das instituições de defesa e segurança continua a ser uma prioridade fundamental.

Os membros do Conselho de Segurança deploraram a falta relatada de respeito pelo direito de reunião pacífica reconhecido pela Constituição da Guiné-Bissau, bem como os instrumentos jurídicos das Nações Unidas, da CEDEAO e da União Africana. Eles pediram às autoridades da Guiné-Bissau que assegurem um estrito respeito pelas obrigações que lhes incumbem por força do direito internacional dos direitos humanos.

Os membros do Conselho de Segurança encorajaram os esforços contínuos das organizações regionais, em particular a CEDEAO, a União Africana, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e a União Européia, na mediação e promovendo o diálogo direto das partes interessadas políticas da Guiné-Bissau em vista da implementação do Acordo de Conakry e do Roteiro de 6 pontos de Bissau.

Os membros do Conselho de Segurança sublinharam a necessidade de apoio contínuo e empenho da comunidade internacional no apoio aos esforços regionais, em particular a CEDEAO, mas também a União Africana, a Comunidade de Países de Língua Portuguesa e a União Européia, com o objetivo de resolver o impasse político.

Os membros do Conselho de Segurança saudaram o empenhamento contínuo da União Africana na promoção de uma solução pacífica para o atual impasse político na Guiné-Bissau e no Comunicado da 752ª reunião do Conselho de Paz e Segurança do número da União Africana PCS / Pr / COMM. (DCCLII) emitido em 13 de fevereiro de 2018 a este respeito.

Os membros do Conselho de Segurança encorajaram o Representante Especial do Secretário-Geral a intensificar os seus esforços para promover um diálogo político inclusivo, incluindo a participação plena e efectiva das mulheres, tal como demonstrado pelo Grupo de Facilitação da Mulher, e apoiar o processo de reconciliação nacional em estreita coordenação com parceiros internacionais presentes no terreno, especialmente a CEDEAO e a União Africana pelo seu compromisso contínuo e seus consideráveis ​​esforços de mediação e facilitação, com o objetivo de resolver a crise política e institucional que prevalece na Guiné-Bissau.

21 de fevereiro de 2018

O Desnorte


Por: Geraldo Martins

Image result for geraldo martins guinea bissauEx-ministro da Economia e das Finanças

Na gíria do futebol, há uma célebre frase atribuída a Gary Lineker, antigo internacional inglês, que diz o seguinte: ‘Futebol são onze contra onze e no final vence sempre a Alemanha’.


Curiosamente, esta máxima, adaptada à realidade política nacional, oferece a explicação cabal para esta longa crise política em que o país se encontra. É que na Guiné-Bissau ‘as eleições são uma disputa entre dezenas de partidos políticos e no final vence sempre o PAIGC’.

José Mário Vaz e seus aliados políticos, conscientes da robustez desta frase, cedo urdiram um plano: tomar conta deste partido para seus fins pessoais, dessa ‘máquina eleitoral’ cobiçada mesmo por aqueles que mais a vilipendiam.

Ao demitir o Primeiro-Ministro Domingos Simões Pereira, em Agosto de 2015, José Mário Vaz vestiu-se da sua suposta autoridade de ex-Ministro das Finanças, e inventou o argumento falacioso da corrupção, com contas mal feitas.

Desde então, uma avalanche de processos judiciais foi aberta contra ex-membros do Governo tidos como colaboradores próximos de Domingos Simões Pereira. Se o sol nascesse mais tarde do que o habitual, abria-se um processo; se a lua não saísse à noite, abria-se outro processo.

A maior parte desses processos não tem acusação até hoje, apesar de terem sido instaurados há mais de dois anos, com uma publicidade ensurdecedora por parte do Ministério Público que está obrigado ao segredo da justiça. E foi a ausência dos resultados esperados que conduziu à sucessiva substituição dos Procuradores Gerais da República nos últimos três anos.

Nenhum dos processos que me instauraram teve o rendimento esperado ou desejado. Enquanto ex-Ministro da Economia e Finanças, fui ouvido no Ministério Público várias vezes. Parecia-me que abriam o Código Penal e o primeiro crime que encontrassem no livro, espetavam na minha cabeça. Uma a uma, todas as acusações foram caindo.

O caso que lhes pareceu que ia render a ‘bola de ouro’ é o do chamado ‘resgate’. Apesar de todas as evidências de que tudo foi feito dentro das regras de arte, o Ministério Público acusou-me de três tipos de crime: administração danosa na forma tentada, usurpação de funções públicas e violação de normas de execução orçamental. No debate instrutório, os crimes de administração danosa e de usurpação de funções públicas caíram. O crime de violação das normas de execução orçamental é o único crime de que estou a ser acusado neste momento.

O que vem a ser este crime?

O Ministério público diz que em 2015, ano em que a operação da compra de carteira de crédito foi realizada, os contratos com os bancos deviam constar no Orçamento Geral do Estado (OGE). Nós dizemos que não tinham que constar. O tribunal manteve esta acusação. Esta é uma questão eminentemente técnica. Em nosso entender, se o tribunal se tivesse recorrido do apoio técnico em matéria de elaboração orçamental, teria concluído que os contratos não podem ser inscritos no OGE. 

Neste, só se poderiam inscrever as repercussões financeiras resultantes desses contratos, em termos de receitas e despesas. Como essas repercussões financeiras só se verificariam em 2016, nunca poderiam ser inscritas no OGE 2015, sob pena de violação do princípio da anualidade do OGE. Em nenhuma parte do mundo se inscrevem num OGE de um determinado ano, receitas e despesas que só se verificarão no ano seguinte.

Esquecendo-se do princípio da presunção da inocência, o Ministério Público vem dar nota pública do despacho de acusação e de pronúncia, omitindo a verdade e caluniando-me de forma dolosa, nomeadamente, ao criar a impressão de que estaria também a ser acusado pelo crime de administração danosa. Esta atitude do Ministério Público corresponde a uma autêntica tentativa de linchamento público da minha imagem e honra.

Com efeito, foi o próprio Ministério Público que, durante o debate instrutório, abandonou a acusação do crime de administração danosa por falta de fundamentos. O juiz de instrução criminal, com fundamentos próprios, chega à mesma conclusão do Ministério Público: não existem quaisquer indícios da prática do crime de administração danosa.

É espantoso que uma instituição, cujo principal responsável está sob sanção da CEDEAO, em vez de se preocupar em defender a honra, lança uma campanha caluniosa gratuita contra um cidadão, campanha essa que, obviamente, não a levará a lado algum.

Em vez destas notas de imprensa que não acrescentam nada aos procedimentos judiciais em curso, o Ministério Público não prestaria melhor serviço se investigasse, por exemplo, as várias denúncias de crimes de corrupção, de administração danosa, de peculato e de nepotismo dos sucessivos governos de iniciativa presidencial?

Não seria curial o Ministério Público preocupar-se com as movimentações de contas públicas de membros de um governo em gestão há já várias semanas, como fez connosco quando mandou bloquear todas as contas públicas a seguir à queda do governo de Domingos Simões Pereira e, posteriormente, de Carlos Correia?

Se violei normas de execução orçamental, que dizer das várias operações destes governos de iniciativa presidencial que nem OGE têm, e que estão constantemente a violar a regra do duodécimo na gestão orçamental? Curiosamente, ainda sou o único Ministro das Finanças que conseguiu fazer aprovar OGEs nesta legislatura (2014 e 2015).

Onde está o princípio da igualdade, consagrado no artigo 24 da Constituição da República?

Eu posso entender o desespero daqueles que enfrentam a dura realidade das sanções e vêem a ‘máquina’ que os faz viver escapar-lhes às mãos. Pela minha parte, estou absolutamente tranquilo. Nenhuma sanção pende sobre a minha cabeça e ainda acredito na justiça.

Bissau, 22 de Fevereiro de 2018
Geraldo Martins

Não sei ter medo

Image result for Helmer AraújoDo escuro, do lobo mau 
morador escondido, na planície amaldiçoada.
Das estórias de KASSISA, nas noites 
em pleno breu, acompanhado pela lua!
Não sei ter medo
Da fome, acalentada no meu POVO
imposta de forma prazerosa
pelos algozes das moransas!
Da morte, sempre traiçoeira e fria
na cidade onde cresci e me fiz HOMEM!
Não sei ter medo
Do bruxo mau, embebedado na malícia
de cada ALMA guineense, sucumbida.
Do fengatô, vindo do lamaçal das tarafes
do Alto Crim, gritando obediência ao rebelde!
Não sei ter MEDO!!!
Da DITADURA, sempre opressora
em cada movimento x
em cada esquina desta terra,
onde ainda acredito
ter nascido!
Não sei ter medo
Do feiticeiro 🧙‍♂️, deambulando pela madrugada.
Durmo quieto, sem barulho,
mas durmo bem e sem nunca
ter medo de NADA!
Pois não sei ter medo!!!
Nô bai!!!
Helmer Araújo (Bissau 19/02/2018)

*Discurso de Samora Michel, 5 de Novembro de 1981*

Foto de Toni Goia."Sempre dissemos: o inimigo pode falar a nossa língua, vestir a nossa farda, comer da mesma maneira que nós, pode dar vivas à FRELIMO, até gritando mais do que nós.
O que ele nunca pode, não é capaz, é de ter o nosso comportamento, viver a nossa linha política.
Não pode o inimigo abandonar os vícios que o caracterizam. Vejamos quais: o desprezo pela mulher, o espírito de conforto, a ambição pessoal, o alcoolismo.
Não é capaz de respeitar o Povo.
Não pode deixar de ser tribalista, não pode deixar de ser regionalista, confusionista, divisionista, racista.
Essa é a característica do inimigo.
Não pode ter uma vida simples, praticar a modéstia.
Não é capaz de abandonar a arrogância, o culto da intriga, da calúnia e do boato.
A sua moral, repetimos, oiçam bem, a sua moral, a sua civilização, é a corrupção.
(...)
E quando os grandes estão corrompidos, os pequenos seguem o exemplo.
Criam-se redes de comprometimento, de amiguismo, de nepotismo. Cria-se um Estado de padrinhos, um Estado de cunhas, um Estado de sócios. Criam-se redes cujo objectivo é o roubo, a corrupção, a violação da legalidade.
Quando a situação chega a este ponto, está já instalada a infiltração ideológica. E estão criadas as condições para a infiltração física. A porta está aberta para o inimigo.
É um convite para o inimigo entrar."
— Excerto do discurso do Presidente Samora Machel no comício de 5 de Novembro de 1981

Até sempre campeão


Foto de Torrealba Daniel.Sylvester Gardenzio Stallone, morreu esta madrugada por causa do câncer de próstata que sofria, o ator manteve em segredo a sua doença, mas no final não conseguiu com ela.

CEDEAO ESTA DISPONÍVEL EM RESOLVER A CRISE POLÍTICA NA GUINÉ-BISSAU

Os líderes da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), estão muito interessados em resolver a crise política na Guiné-Bissau, disse a imprensa esta noite de sexta-feira (16.02) o presidente do Partido da Renovação Social (PRS).

Segundo Alberto Nambeia, tanto o presidente em exercício da organização como os restantes líderes da organização estão com a vontade de ajudar os atores políticos guineenses a encontrar a saída para a crise política no país.
Em declaração aos jornalistas no aeroporto Internacional Osvaldo Vieira vindo do Togo, Nambeia, revelou que brevemente o partido irá reunir-se com o mediador da crise guineense, Alpha Conde para debater a situação da Guiné-Bissau.
“A CEDEAO é nosso parceiro e são pessoas da nossa sub-região e mostraram disponíveis para ajudar a Guiné-Bissau a resolver os seus problemas internos e nesta óptica espero encontrar com o mediador da crise no sentido de analisar a situação do nosso país”, declarou Nambeia.
O líder dos renovadores esteve nos últimos dias em Lomé, capital de Togo para reunir-se com o Presidente daquele país, igualmente presidente em exercício da CEDEAO, sobre a situação sociopolítica do país, nomeadamente as sanções aos 19 políticos guineenses que estão a dificultar a implementação do Acordo de Conacri.
Apesar da sua preocupação com a decisão do bloco regional sobre os políticos guineenses, Alberto Nambeia, é da opinião que a solução da crise guineense passa pelo diálogo entre as partes desavindas.
Para além de encontrar com o Presidente do Togo, Faure Gnassimbé, o líder do PRS, também esteve no Senegal onde reuniu-se também com o presidente daquele país, com intuito de analisar a situação da Guiné-Bissau.
De recordar que a proposta de sanções foi avançada por Faure Gnassimbé, chefe do Estado do Togo e presidente em exercício da CEDEAO, mas foi adotada pelos restantes dirigentes da comunidade, que pediram às outras organizações que apoiassem a sua aplicação.
O apelo foi dirigido às Nações Unidas, União Africana, União Europeia, Organização Internacional da Francofonia e Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Um comité de seguimento, constituído pelo Togo, Guiné-Conacri e a comissão da CEDEAO irá controlar a aplicação das sanções e se reserva o direito de atualizar a lista de pessoas que poderão ser alvo de sanções na Guiné-Bissau, conforme o evoluir da situação política, afirma um comunicado da organização sub-regional datado de Abuja, na Nigéria.
// Alison Cabral

LISTA DOS MAIORES DITADORES POLÍTICOS DE ÁFRICA

Fonte: Jornal Muca JM / FreeMindFreeWorld 
Por Marcos Manso
1° Teodor Obiang Nguema => (Guinê Equatorial) 1979 (37 Anos)
2° José Eduardo dos Santos=> (Angola) 1979 (37 Anos)
3° Paul Biya=> (Camarões) 1982 (34 Anos)
4° Yoweri Museveni=> (Uganda) 1986 (30 Anos)
5° Robert Mugabe=> (Zimbabwe) 1987 (29 Anos)
6° Omar Al Bashir=> (Sudão) 1989 (27 Anos)
7° Isaias Afewerki=> (Eritreia) 1991 (25 Anos)
8° Yahya Jemus Jammeh=> (Gâmbia) 1994 (22 Anos)
9° Dennis Sassou Nguessou=> (Congo) 1997 (19 Anos)
10° Josep Kabila=> (R.D.C) 2001 (15 Anos)
11° Ismail Omar Guelleh=> (Djibouti) 1999 (17 Anos)
12°Paul Kagame=> (Rwanda) 2000 (16 Anos)
13° Pierre Nkurunzinza=> (Burundi) 2005 (11 Anos)
14° Fauré E. Gnassingbé=> (Togo) 2005 (11Anos)
15° Ellen Johnson-Sirlef => (Libéria) 2006 (10 Anos)
Todos esses presidentes são ganânciosos e estão a governar fora do contexto político e dos limites que regem a todas as constituições politicamente apreciadas.
Eles nunca conseguiram exercer liderança e estão mantendo as suas populações em situações piores.
É verdade que muitos africanos vivem como escravos dentro dos seus próprios países e andam a nos mentir que somos independentes.
Enquanto que muitos sabem que o continente africano é totalmente dependente...
Muitas vezes as constituições são alteradas ao favor dos governantes de modo a eles serem os presidentes vivos e vitalícios.
São todos ganânciosos e não se preocupam com as pessoas comuns.

União Africana pede isenção total


O Conselho de Segurança e Paz (CSP) da União Africana (UA) sublinhou ontem a necessidade de as Forças Armadas da Guiné Bissau  se absterem de interferir na crise política e institucional do país e continuarem a defender a Constituição.
O Conselho de Segurança e Paz exortou  todas as partes a absterem-se de qualquer acção ou declaração susceptível de agravar o clima tenso e incitar à violência verbal ou física.
Depois de uma sessão sobre a situação prevalecente no país, o CPS divulgou quarta-feira, um comunicado no qual reitera a sua profunda preocupação face ao impasse político persistente na Guiné-Bissau.
Associado a dificuldades socioeconómicas persistentes, causadas à população, o impasse político afectou as instituições governamentais e a Assembleia Nacional, referiu a União Africana no documento.
O Conselho de Segurança e Paz reafirmou o seu engajamento em acompanhar de perto todos os desenvolvimentos políticos e apoiar a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) nos seus esforços para garantir uma resolução rápida da crise prolongada na Guiné-Bissau.
A última sessão da Assembleia da UA, realizada em 28 e 29 de Janeiro em Addis Abeba,  apelou às partes em causa para respeitarem os seus compromissos para resolverem a crise e garantirem o êxito das próximas eleições legislativas.
Além disso, a Assembleia aprovou a decisão adoptada pela Autoridade dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, a 27 de Janeiro deste ano, sobre a situação no mesmo país.
Segundo o comunicado, o Conselho de Segurança e Paz saudou os esforços desdobrados pela CEDEAO para encontrar uma solução duradoura para a crise actual na Guiné-Bissau.
Saudou, igualmente, a decisão que impõe sanções individuais para restaurar a governação democrática e garantir o respeito pelo princípio do direito no país, tomada pela  CEDEAO a 4 de Fevereiro deste ano.

CPLP: Secretária-executiva lamenta "silêncio assustador" sobre a Guiné-Bissau

Image result for maria silveira CPLPA secretária-executiva da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) defendeu este sábado (17.02) a urgência da criação de um "mecanismo de concertação rápida" para permitir posicionamentos céleres sobre conflitos internos nos Estados-membros, lamentando o "silêncio assustador" sobre a crise política na Guiné-Bissau.

"Não existe neste momento um mecanismo de concertação rápida que nos permita, em pouco tempo, ter um posicionamento da CPLP", argumentou Maria do Carmo Silveira em entrevista à agência Lusa.

O secretariado-executivo da CPLP informou que está a estudar a possibilidade de propor a criação deste mecanismo nos órgãos decisórios da organização intergovernamental.

"O secretariado-executivo só pode agir em função dos mandados que recebe. Não tendo um mandado dos órgãos políticos da organização, a secretária-executiva não pode ter qualquer intervenção em qualquer situação", criticou.

Na sexta-feira, o primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada, advertiu que os países lusófonos "não estão a fazer um bom uso" da CPLP devido às suas agendas internas. Por esse motivo, a organização pode "deixar de ter interesse nos próximos anos", sublinhou. Também à agência Lusa, o governante são-tomense defendeu que a CPLP podia "ser mais interventiva" em relação às questões e conflitos internos dos Estados-membros.

Crise na Guiné-Bissau

Maria do Carmo Silveira, também são-tomense, admitiu estar incomodada com o "silêncio assustador" da CPLP sobre crise política na Guiné-Bissau. Após a exoneração de Umaro Sissoco Embaló, o Presidente guineense, José Mário Vaz, nomeou um novo primeiro-ministro, Artur Silva. A indicação, no entanto, já foi rejeitada pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), o mais votado nas últimas eleições legislativas, por não respeitar o Acordo de Conacri.

"Confesso que enquanto secretária-executiva, não me sinto confortável com esta situação da CPLP face à Guiné-Bissau. A secretária-executiva é o rosto da CPLP aos olhos do cidadão comum e a não-reação face a algumas situações, a mim incomoda-me bastante, mas são as regras da organização", comentou.

Maria do Carmo Silveira comentou a decisão recente da Comunidade Económica de Estados da Africa Ocidental (CEDEAO) de impor sanções a 19 personalidades guineenses, solicitando o apoio da CPLP.

"Fizemos circular esta notificação e passou-se uma semana e não tenho posicionamento dos Estados-membros, sem o qual não me posso pronunciar. Não fica bem a uma organização como a CPLP ter um silêncio, sobretudo tão longo, sobre uma questão tão importante, em que houve a decisão da CEDEAO de sancionar. A União Africana já se reuniu e tem um posicionamento, as Nações Unidas também, e nós estamos com um silêncio assustador", sustentou.

Como uma organização intergovernamental, os posicionamentos da CPLP não são vinculativas para os Estados-membros. Da mesma forma, a CPLP não possui mecanismos para agir, como a imposição de sanções, ao contrário da CEDEAO, que possui instrumentos para impor o cumprimento das decisões.

A Guiné-Bissau vive uma crise política desde agosto de 2015, quando o Presidente José Mário Vaz demitiu o Governo liderado por Domingos Simões Pereira, do PAIGC.

Por falta de consenso entre as várias forças políticas, a CEDEAO elaborou o Acordo de Conacri, assinado em outubro de 2016, que prevê a nomeação de um primeiro-ministro de consenso. Entretanto, a organização africana considera que o novo nome indicado pelo Presidente guineense ainda não corresponde a esta decisão. DW

SOBRE SANÇÕES

VAMOS APRESENTAR AS INTERVENÇÕES DOS 15 EMBAIXADORES NA ÚLTIMA REUNIÃO DO CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS CONVOCADA PARA DEBATER A CRISE POLÍTICA NA GUINÉ-BISSAU
BERNARD TANOH-BOUTCHOUE (Costa do Marfim) disse que a Guiné-Bissau continuou a atravessar uma séria crise política e institucional, caracterizada por um impasse político. O Conselho de Segurança deve agir com mais firmeza, ao lado da CEDEAO e da União Africana, para exortar a Guiné-Bissau a respeitar os compromissos assumidos. O país não tinha governo e houve uma crise de confiança entre o presidente da Guiné-Bissau e seu partido político.
O atual impasse foi o resultado da lenta deterioração da situação política no país, que ocorreu durante um longo período de tempo. As partes interessadas não tinham a vontade política de encontrar uma solução consensual para a crise e, nesse sentido, pediu às partes que implementem o Acordo de Conacri. Ele elogiou a CEDEAO pela sua liderança, incluindo a adoção de sanções individuais contra 19 pessoas consideradas hostis ao processo de resolução de conflitos, o que mostrou a determinação da organização para permitir que o país encontre uma solução para a crise que se prolongou por muito tempo.
Essas sanções devem dar um "choque eléctrico" à classe política na Guiné-Bissau. Ele manifestou apoio particularmente ao papel das mulheres na Guiné-Bissau no processo político, inclusivamente no que diz respeito à promoção do diálogo político entre as partes.

BERNARD TANOH-BOUTCHOUE (Costa do Marfim) disse que a Guiné-Bissau continuou a atravessar uma séria crise política e institucional, caracterizada por um impasse político. O Conselho de Segurança deve agir com mais firmeza, ao lado da CEDEAO e da União Africana, para exortar a Guiné-Bissau a respeitar os compromissos assumidos. O país não tinha governo e houve uma crise de confiança entre o presidente da Guiné-Bissau e seu partido político.
O atual impasse foi o resultado da lenta deterioração da situação política no país, que ocorreu durante um longo período de tempo. As partes interessadas não tinham a vontade política de encontrar uma solução consensual para a crise e, nesse sentido, pediu às partes que implementem o Acordo de Conacri. Ele elogiou a CEDEAO pela sua liderança, incluindo a adoção de sanções individuais contra 19 pessoas consideradas hostis ao processo de resolução de conflitos, o que mostrou a determinação da organização para permitir que o país encontre uma solução para a crise que se prolongou por muito tempo.
Essas sanções devem dar um "choque eléctrico" à classe política na Guiné-Bissau. Ele manifestou apoio particularmente ao papel das mulheres na Guiné-Bissau no processo político, inclusivamente no que diz respeito à promoção do diálogo político entre as partes.

ANNE GUEGUEN (França) disse que estava preocupada com o facto de o Acordo Conacri não ter sido respeitado. As autoridades da Guiné-Bissau não se coibiram de limitar a liberdade de reunião e a liberdade de demonstração.
Há um risco de deterioração da situação política e de segurança, disse ela, e as partes devem respeitar seus compromissos para alcançar um consenso nacional.
Há uma estreita janela de oportunidade para alcançar esse consenso, dada a aproximação da data prevista para as eleições. O calendário para essas eleições deve ser mantido.
Uma solução para o conflito envolveria as partes interessadas locais e a comunidade internacional, e também é crucial reforçar o papel do Conselho de Segurança na resolução do actual impasse político.
O Conselho deveria aumentar a pressão sobre as partes interessadas locais, particularmente sobre o Sr. Vaz. É hora de as partes na Guiné-Bissau passarem das palavras à acção.

DAVID PETER CLAY (Reino Unido) disse que a situação na Guiné-Bissau era preocupante, já que ainda estava emergindo da instabilidade e da violência do seu passado recente. A situação só provavelmente se tornaria mais volátil à medida que se movia para as eleições.
O crescimento económico está em risco, disse ele. A economia ilícita e a criminalidade organizada transnacional arriscam-se a tornar-se mais enraizadas, com implicações globais. Ele saudou a liderança demonstrada pela região da África Ocidental, que mostrou persistência e paciência.
A CEDEAO foi levada a impor sanções, e a União Africana aprovou essa decisão. Também foi importante reconhecer os corajosos esforços da sociedade civil na Guiné-Bissau para resolver a crise.

AMY NOEL TACHCO (Estados Unidos) disse que há já demasiado tempo que o Conselho se reúne para obter informações sobre a situação na Guiné-Bissau, com poucos progressos evidentes. Os Estados Unidos ficaram profundamente desapontados com a decisão do Presidente da Guiné-Bissau de ignorar o Acordo de Conacri e sua recusa em formar um governo de unidade que abriria caminho às eleições de maio.
Estamos a ficar sem tempo, como ficou evidente com os recentes confrontos que resultaram em repressões do governo e, nesse sentido, enfatizou que o governo da Guiné-Bissau deve respeitar os direitos de seus cidadãos.
Os EUA aplaudiram os esforços da CEDEAO para responsabilizar os "manifestantes políticos" pela imposição de sanções. Durante anos, a comunidade internacional colocou recursos na Guiné-Bissau para o país tomar medidas importantes para beneficiar seus cidadãos; mas com um governo bloqueado, os desafios mais importantes não poderiam ser abordados.
Sublinhando que as Nações Unidas não poderiam operar efectivamente em lugares com governos que não têm vontade de cooperar, ela enfatizou que as eleições deveriam prosseguir dentro dos prazos previstos e que vão requerer apoio, embora o governo primeiro tenha de acabar com o impasse.

REPRODUZO UMA NOTÍCIA DIFUNDIDA E PUBLICADA PELA "VOZ DA AMÉRICA".

Domingos Simões Pereira revela encontro entre PR e militares.
Presidente do PAIGC pergunta a razão de um almoço sem a presença da imprensa
O Presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, questionou o facto de o Presidente da República ter almoçado ontem com oficiais das Forças Armadas no Quartel-General em Bissau.
"O que nós questionamos é a pertinência pelo seu momento e o conteúdo das comunicações que lá foram feitas", disse Simões Pereira, em conferência de imprensa nesta sexta-feira, 16, na qual acusou José Mário Vaz de ter passado uma mensagem errada.
"O Presidente da República passa uma mensagem completamente errada quando a meio da sua intervenção diz que não tem condições de dizer tudo o que o levou ao Estado-Maior", revelou o antigo primeiro-ministro que ainda disse ter Vaz sugerido um outro encontro "mais restrito" para informar os militares dos propósitos da visita.
Domingos Simões Pereira lamentou ainda o facto de o encontro não ter sido acompanhado pelos jornalistas, mas advertiu estar "muito bem informado" sobre o teor das conversas.
"Um comandante em chefe das Forças Armadas fala para a Nação, não fala para grupo de pessoas e não pode ter segredos com as chefias militares", acrescentou Simões Pereira, reiterando continuar “a acreditar nos militares".
"Já é muito difícil acreditar no Presidente da República, concluiu o presidente do PAIGC que, sobre as sanções da CEDEAO aplicadas a 19 personalidades guineenses, afirm7ou que "quem tem responsabilidades no cartório deve pagar pelos seus erros”.

ADEUS JOMAV (Capítulo I)

Image result for José Mário VazNada mais que isto.
Quanto ao nosso JOMAV.
Somente isto:
Não acreditem mais no homem?! Eu também.
JOMAV não é um homem consistente. Ele é de natureza fraca e muito perigoso, quiçá "mau de espírito" até para sombras dele no coração. Rancoroso...? Pode ser!
Por isso me retirei (pode parecer tarde ou cedo. Mas para mim não foi assim tão extemporâneo).
GUINEENSES BÔ LANTA.
Defendí JOMAV com unhas e dentes, dei a cara e a voz durante 3 anos. Fiquei a frente de ameaça e da morte. Cheguei tratar a morte por tu, para e em Defesa do JOMAV conseguir a vitória (NÃO ME VALEU NADA,)_ estou cheio.
Absolutamente de saco cheio.
Nunca recebí algo se quer em troca por defender o José Mário Vaz, aliás algumas pessoas pensavam que eu recebia mesadas em funções de vídeos que eu produzia a favor do regime. Não: não recebia nada e nem nunca dei margem para isso.
Embora recebi manifestações favoráveis nesse sentido
Ainda que tudo isto agora não me mudarei para DSP...
Porque ainda vejo o mínimo no meu amigo (Hérson Inaldo Teixeira Goudiaby Vaz) Herson Goudiaby Vaz, filho do Presidente da República da Guiné-Bissau, como alguém que pode travar o seu pai dessa desgraça (JOMAV NA CAI NA BALETA)_ Máquina lanta., Rapaz...
Engraçado., eu Pedro Sousa Cordeiro, sou persistente, e adoro a persistência de um homem, sobretudo quando ela aparenta virtude (a razão em forma categórica)
Do nosso Presidente é vício, aquilo se chama vício (culpa em forma hipotética)_ não existe outro argumento filosófico que dissipe essa verdade.
Do JOMAV
É estupidez,
É inocência.
É falta do amor ao próximo (Deus purdan.)_ que Deus Supremo me perdoa.
E quando a inocência começa ganhar a visibilidade de uma estupidez, grosseira, eu me resigno.
Esperem que não seja o caso?!
Valha-me deus.
Dossier do JOMAV já o entreguei a Deus...
Próximos dias dirão tudo...
Fiz o que pude.
"Papé continua tenta na Calequice.
Má nka fia si Calequice más Deus...".
Que me desculpe a quem tenha ficado ofendido.
By Pedro Sousa Cordeiro (Dedé)
Sábado, 17 de Fevereiro de 2018
Inglaterra.
In ADEUS JOMAV.

OCTAVIO LOPES HOJE E AMANHA...


Foto de Armando Contekunda.A Guine-Bissau eh um pais abencoado e dotado de quadros e talentos em todos os sectores.
Desenvolver a liderança é um desafio que contempla o autoconhecimento, a consciência sobre o impacto dos comportamentos na vida dos liderados e nos resultados numa associacao.
Tive o previlegio de estar na sede do PAIGC quando Domingos Simoes Pereira declarou que apenas aceitava a recandidatar-se a lideranca do partido se seriam os proximos 4 anos, os ultimos como o lider dos libertadores. Esta declaracao demonstra que para alem de visionario, DSP o partido possui potenciais quadros, capazes de liderar o partido.
E a sua victoria retunbante no Nono Congresso, pode posicionar Kambano Ba di Kumussi como um dos melhores lideres africanos da sua geracao. Num mundo contemporaneo, poucos lideres ganham com mais de 60% do voto universal, quamto mais 95%. Uma vitoria historca.
No congresso do PAIGC, uma figura fez diferenca ao ter a "ousadia" votar contra o actual lideranca de DSP.
Para uns Octavio Lopes, nao passa de um "jomavista" que continua ligado ao grupo dos 15, ou seja um infiltrado... Para outros, ele demonstrou com ser um "leader in waiting" (futuro lider nos bastidores) com o seu voto no congresso.
Dr. Octavio Lopes, futuro lider do PAIGC?
A Historia dira?

Armando Conté

SANÇÕES EM TEMPO DE CRISE



Image result for erneste dabóSe os agentes residentes da CDEAO conhecessem bem a sociedade em que se encontram e agissem de boa fé face a esta crise, não teriam aconselhado estas sanções.
Aguardemos para ver se a breve trecho, elas vão levar à:
- Nomeação de um PM de concenso e confiança do PR;
- Se vão levar à reabertura da ANP;
- Se vão levar à reintegração incondicional dos 15, observados os estatutos saídos do último congresso do PAIGC.
Se nada disto acontecer, que sanções merecerão os agentes que levarem a CDEAO a tal fracasso?
Entretanto, ocorre-me admitir que, se a crise se mantiver, a CDEAO se verá obrigada a ampliar o leque de sancionados, porque nesta primeira lista, não vejo nome de ninguém que a constituição, demais leis da república, nem o insustentável Acordo de Conakry, autoriza nomear um PM, reabrir a ANP, reintegrar os 15.

Indignado me pronuncio:
É HORA DE OS DIRIGENTES GUINEENSES, UNIDOS, SE FAZEREM RESPEITAR, PORQUE ESTAS SANÇÕES, ATINGEM TODA A CLASSE POLÍTICA NACIONAL.
QUEM NÃO SE DÁ AO RESPEITO, RESPEITO NÃO SE LHE DÁ.

Ernesto Dabó

DSP questiona pertinência do almoço do PR com militares

O líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira questionou hoje a pertinência de um almoço realizado na quinta-feira entre o Presidente do país e militares no Quartel-General em Bissau. O Presidente guineense, José Mário Vaz, almoçou na quinta-feira com os oficiais das Forças Armadas, sem que os jornalistas pudessem testemunhar o inédito acontecimento.

Falando numa conferência de imprensa, o líder do PAIGC, partido mais votado nas últimas eleições legislativas guineenses, considerou que "normalmente é o ministro da Defesa que deve manter contactos diretos com os militares", mas tendo o Presidente tomado a iniciativa, disse que a mesma deve ser aceite.
 LUSA