Aristides Gomes foi chamado para salvar um
país que em três anos teve sete Primeiros-ministros, com uma administração
pública complemente partidarizada, sociedade civil dividida e as forças armadas
aparentemente afastadas de golpe de Estado, mas com silêncio assustador. Em
suma é um balanço prematuro do ponto de vista político, já que a missão
principal nem se quer começou.
25%
dos eleitores já recenseados quando faltam três dias do fim. De ponto de vista
jornalístico, o executivo de consenso conseguiu assegurar um aparente
abrandamento, devolvendo esperança a um povo que durante três anos se vive em
turbulências políticas. Aristides Gomes herda uma administração minada pelas
querelas políticas, mas acaba de desperdiçar uma oportunidade soberana de
posicionar ao lado dos pobres, vulneráveis e vítimas de descriminação dos
sucessivos governos.
Devia
ele o Primeiro-ministro, acompanhar de perto a Comissão de Reajuste Salarial
para poder fazer, de fato, a justiça. A tabela reajustada de salários observa
entre 5 a 20% de aumentos em algumas categorias dinamizadoras da economia
contra 200 a 250% dos responsáveis políticos, chefias militares e aparelho
judicial. Sr. Primeiro-ministro, isso é uma afronta a dignidade dos funcionários,
relegando os verdadeiros trabalhadores a pobreza e a mendicidade.
São
falhas imperdoáveis, Aristides Gomes é um intelectual com trajecto político e
governativo invejável, iniciado desde regime do general João Bernardo Vieira,
onde teve a oportunidade de experimentar a chefia do governo, também num
período similar. Vítima do PRS e de um grupo de amigos e aliados no seio do
PAIGC e no PUSD que, na altura, votaram a moça de censura, derrubando o Governo
de Fórum, dando lugar ao Governo de Pacto, liderado por Martinho Ndafá Kabi,
também do PAIGC. De volta a chefia do Governo, Aristides Gomes encontra um país
devastado pela intriga e degradação pela incompetência e dinamizado pelo
comércio político, e por fim sufocado pela corrupção judicial. Desafios que o
Primeiro-ministro conhece, se não vejamos.
1.
No PAIGC, Aristides Gomes trava uma guerra que lhe expulsa do PAIGC e cria o
PRID. Foi abandonado por amigos e fiéis do PAIGC que incentivaram a criação do
projecto PRID com apoio de Nino Vieira. PAIGC é uma autêntica máquina de
traição e intriga, reconhece o então Presidente Nino Vieira.
2.
No PRID, o líder teve outra situação complicada. Julgamento na praça pública e
perda da liderança, apesar dos três deputados eleitos.
3.
No PRS, Aristides Gomes, com todas as diligências, foi vítima de guerras
políticas. Foi substituído por governo de Pacto. Alianças formais ou
aproximações políticas do PRS, desde a RGB de Hélder Vaz, PAIGC para
constituição dos Governos de Fórum e de Pacto, Nuno Na Biam nas Presidenciais,
e até o PAIGC de Domingos Simões Pereira. Agora aproximação informal é com o
Presidente José Mário Vaz.
4.
Na APU-PDGB, é a continuação da aula anterior, já que os amigos do PRID são
também responsáveis desta nova formação política.
5.
No Madem G15, também é a continuação do sumário anterior. Alguns participaram
no surgimento do projeto PRID, abandonam e voltaram para o PAIGC e depois
integram um novo projeto político.
6.
Para concluir, na Presidência, Aristides Gomes sabe que a questão da Câmara
Municipal de Bissau continua bem patente. JOMAV não esquece a sua substituição.
A experiência não falta, agora resta saber se o Presidente da República com a
sua intenção do segundo mandato irá, pela primeira vez, respeitar as promessas
e compromissos. Estar equidistante do jogo político partidário assumindo as
verdadeiras funções do Primeiro Magistrado da Nação. Novas alianças a vista
(NANDUDHI DIUDARAH), Que deus abençoe a Guiné, livre de Movimentos Oportunistas
e Partidos Golpistas.
ACANDÉ
17 Out. 2018"