O recenseamento de potenciais eleitores para as legislativas na Guiné-Bissau «decorre normalmente e em ritmo aceitável», tendo sido inscritos até ao último domingo, 552 mil cidadãos, disse hoje à Lusa fonte do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE). Os dados não contemplam o registo de potenciais eleitores da diáspora.
Segundo a fonte, o registo de potenciais eleitores tem decorrido «de forma tranquila e rápida» no interior do país, mais do que na capital, Bissau, onde, acrescentou, os cidadãos «denotam alguma apatia em se recensearem».
«Até parece que há zonas em Bissau em que as pessoas não se querem inscrever», indicou a fonte do GTAPE, admitindo a possibilidade de o recenseamento ser prolongado para além de 20 de novembro, de forma a alcançar «pelo menos 75% dos potenciais eleitores» previstos.
Estimativas do GTAPE apontam para um total de 886.922 potenciais eleitores.
A mesma fonte desconhece a data em que os restantes 145 'kits' de equipamentos de registo biométrico prometidos pela Nigéria e os 140 anunciados por Timor-Leste deverão estar disponíveis.
Os dois países têm ajudado no processo do registo de eleitores, tendo já disponibilizados 215 'kits', atualmente em uso.
A nível da Europa, nomeadamente em Portugal, o presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), José Pedro Sambu disse que o recenseamento decorre «com total normalidade» o que já não se observa em Franca, onde, notou, «há alguns constrangimentos» derivado de desentendimentos entre a embaixada guineense e os elementos da equipa técnica enviada de Bissau.
«A entidade encarregue de fazer o recenseamento não recebeu o apoio da embaixada local, mas alguns cidadãos do nosso país disponibilizaram apoios para facilitar os trabalhos», referiu Pedro Sambu, através de um comunicado da CNE a que a Lusa teve acesso.
O presidente da CNE, que esteve recentemente em Portugal e em França, em missão de supervisão do recenseamento, considerou necessário reforçar os 'kits' em território francês.
A mesma recomendação foi feita pelos responsáveis da CNE que estiveram no Senegal, na Gâmbia e na Guiné-Conacri.
Também constataram uma «fraca campanha de informação» aos cidadãos guineenses nesses países, sobre o andamento do recenseamento de potenciais eleitores.