APU acusa o PR de ser responsável pela crise política

O Secretário-geral da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), uma formação política sem assento no parlamento, voltou a responsabilizar o Chefe de Estado, José Mario Vaz, pela crise política que assola o país há três anos.
Para Juliano Fernandes, o Presidente da Republica desde que foi investido como o primeiro magistrado da nação nunca cumpriu com as obrigações, atribuições e competências da constituição da república para ser o garante da estabilidade governativa.
“Vamos responsabilizar o Chefe de Estado pela situação do país, principalmente porque de facto não cumpriu com obrigações constituições ou atribuições e competências para ser o garante da estabilidade e da democracia no país”, afirmou Fernandes.
Visivelmente desapontado com o papel assumido por Mario Vaz durante a crise política iniciada em Agosto de 2015, Juliano Fernandes entende que o Presidente da República deve arranjar ou aceitar uma solução para estabilizar a Guiné-Bissau.
A preocupação do dirigente APU-PDGB acontece numa altura que a Guiné-Bissau, completa sessenta dias após a queda do executivo de Umaro Sissoco Embaló, o país continua a espera de uma solução que possa desbloquear o impasse político que tanto fustiga a vida dos guineenses.
Convidado pela imprensa a comentar o impasse na formação do governo, Juliano Fernandes considera “grave” a situação e disse que o país está perante uma situação de “completa insensibilidade”, com a implicação do chefe de Estado e dos restantes protagonistas da crise, nomeadamente o Partido da Renovação Social (PRS) e grupo dos quinze deputados expulsos do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
“Inadmissível em pleno século XXI para ter um primeiro-ministro nomeado sem consenso de todas as forças políticas da Guiné-Bissau para pôr fim à crise, e mais dois meses sem forçar o governo, mas, no entanto, continua a ser o chefe do executivo”, referiu Fernandes.
Fernandes, que foi Procurador-Geral da Republica entre 1993 a 1999, alertou ainda que o executivo demitido continua em funções sem controlo na fiscalização e não tem transparência na gestão dos recursos do país.
Igualmente Jurista e Advogado falava à imprensa esta quarta-feira (04.04) momento depois do seu partido ter depositado coroa de flores na campa do antigo Chefe de Estado, Kumba Yala, que hoje completou quatro anos do seu desaparecimento físico, em plena campanha eleitoral para as presidenciais na cidade de Buba, sul do país.