A Rede Nacional de Jovens Mulheres Líderes da Guiné-Bissau pediu hoje ao parlamento do país para criminalizar o assédio sexual, à semelhança do que acontece em outros países do mundo.
"É importante e urgente que a legislação guineense dê uma mensagem de que há comportamentos que não são aceitáveis, mas não é só a criminalização que resolve. São precisas medidas de educação e proteção da vítima", afirmou Fatumata Sane, presidente daquela associação de jovens mulheres guineenses.
Para Fatumata Sane, que falava por ocasião do Dia da Mulher, é preciso também acabar com os abusos focados na mutilação genital feminina, casamento infantil, violência doméstica e abuso sexual em "diferentes espaços".
"Este é o momento de parar de punir as mulheres pela sua sexualidade" e ensinar os homens a deixarem de se sentir ameaçados "pela presença do sucesso das mulheres", afirmou.
A presidente da Rede Nacional de Jovens Mulheres Líderes da Guiné-Bissau discursava na marcha de mulheres, que decorreu hoje em Bissau para assinalar o Dia da Mulher.
As mulheres na Guiné-Bissau representam cerca de 54% dos 1,7 milhões de habitantes.
Dedicada ao tema "Juntas para melhorar a vida das Mulheres nas Zonas Rurais", a diretora-geral da Mulher e da Família, Ana Emília de Barros, recordou que são as mulheres que dão uma "contribuição importante para o crescimento agrícola" e para a indústria agroalimentar.
"Contudo, a evidência mostra que elas são menos produtivas que os homens, porque as mulheres não têm o mesmo acesso que os homens aos meios de produção, como a terra, finanças e tecnologia", disse.